Mais do que reduzir o impacto ambiental, a sustentabilidade empresarial deve pensar os recursos sociais, econômicos e ecológicos coletivamente.
Muito se fala em sustentabilidade, mas a realidade é que são poucos os que realmente absorvem esse conceito e o colocam em prática devidamente. Afinal, quais medidas adotar para que seu negócio realmente seja inserido no âmbito da sustentabilidade empresarial?
O primeiro ponto a se considerar é perceber qual é o entendimento que se tem da sustentabilidade. É muito comum tropeçar na questão ambiental. Mesmo com tantos estudos e avanços na área, ainda é possível encontrar quem acredite que diminuir o impacto no meio ambiente já basta como atitude sustentável. Há muito mais o que fazer!
Para que um negócio seja sustentável, é preciso se comprometer com a comunidade, oferecer produtos que tragam benefícios reais para os clientes, lucrar sem explorar as reservas naturais e oferecer alternativas que ajudem a estabelecer o equilíbrio ambiental.
Essa é uma visão muito simplista diante de tamanha complexidade que o assunto oferece, mas já é de grande ajuda quando se procura por um norte. Atualmente, a sustentabilidade é vista de forma sistêmica, ou seja, as ações são pensadas para impactar um quadro maior de setores.
Agora, será que seu Delivery é sustentável? Para falar especificamente desse mercado, vamos expor alguns pontos fundamentais.
1º – Por que optar pela sustentabilidade?
Integrar o quadro de empresas que praticam a sustentabilidade não deve ser um propósito que se baseie em seguir tendências.
O apelo para que as ações no mundo dos negócios sejam revisadas é grande, isso é um fato, mas o compromisso assumido deve receber dedicação constante. Esse tema é relevante atualmente não por acaso.
O empresário e ecologista alemão Georg Winter afirma que há seis razões para empresários e administradores responsáveis optarem pela sustentabilidade:
- Colaborar para a sobrevivência humana
- Motivar o consenso público
- Aumentar as oportunidades de mercado
- Reduzir riscos
- Reduzir custos
- Atingir de forma positiva a integridade pessoal
É um ciclo de atitudes que se impactam entre si. Talvez a mais expressiva delas esteja ligada a própria consciência ecológica.
“Sem empresas com consciência ecológica, não poderemos ter uma economia com consciência; sem uma economia com consciência ecológica, a sobrevivência humana estará ameaçada.” – trecho do livro Gerenciamento Ecológico
E tem mais. Ao repensar o modelo de negócio de forma sustentável é possível não só transformar a imagem da empresa, como também descobrir novos produtos, os quais irão para o mercado com objetivos claros de trazer melhorias sociais, ambientais e econômicas.
2º – O que devo observar no Delivery para identificar se ele está, ou não, dentro da sustentabilidade empresarial?
Pesquise
Converse com moradores que estão nos arredores de sua empresa e perceba de que forma seu negócio impacta na vida deles.
No caso do Delivery, observe como seu negócio se apresenta em atividades que envolvem o trânsito, o atendimento e até mesmo qual é a visão do cliente quanto ao seu produto e serviço.
Faça as contas
Quais são seus gastos mensais de energia e água, por exemplo? Há como diminuir esse consumo?
“O Brasil é a potência natural das águas, com 13% de toda água doce do planeta, perfazendo 54 trilhões de metros cúbicos. Apesar da abundância, 46% dela é desperdiçada, o que daria para abastecer toda a França, a Bélgica, a Suíça e o norte da Itália.” – trecho do livro Sustentabilidade – o que é, o que não é
Evitar o aumento dessa conta é responsabilidade de todos nós. Revise o uso de recursos.
Reúna a equipe
A melhor forma de buscar por soluções é unir mais de uma mente para pensar. Convoque sua equipe e descubra quais problemas precisam ser resolvidos em sua cidade, bairro, região e também dentro da própria empresa. Como seu Delivery pode contribuir?
3º – Algumas soluções para que o Delivery seja sustentável
Aqui está uma lista prática e objetiva com sugestões de ações para que seu negócio pratique a sustentabilidade empresarial:
- Usar veículos híbridos, ou até mesmo bicicletas, para diminuir a emissão de CO2
- Apostar em embalagens biodegradáveis e recicláveis;
- Entregar alimentos de qualidade orgânica sempre que possível;
- Economizar o consumo de água no preparo dos alimentos;
- Evitar desperdícios de alimentos e aproveitar restos e sobras de ingredientes que foram usados em receitas diferentes para criar um novo prato;
- Ser correto em relação às políticas trabalhistas e honrar com os compromissos assumidos aos colaboradores;
- Aproveitar as oportunidades de mercado para oferecer novas vagas de emprego, ajudando assim a comunidade local a aumentar a renda e movimentar a economia;
- Sempre buscar por inovações tecnológicas que tragam eficiência ao trabalho e ao mesmo tempo reduzam o impacto ambiental e aumentem a economia de recursos.
Por fim, aqui vai uma ideia extremamente simples, mas que já pode causar um impacto positivo.
Delivery Solidário
Quando o inverno se aproxima rapidamente as campanhas de doação de agasalho pipocam nas cidades. Que tal ajudar e fazer um dia especial para organizar um Delivery solidário?
Ao atrelar a ação com a principal funcionalidade de seu negócio a execução fica mais fácil. Além disso, reunir o máximo de doações em um só ponto, para que seja entregue de uma só vez, evita que vários veículos saiam às ruas com essa finalidade e diminui a emissão de poluentes. Isso sem contar a colaboração com os necessitados.
Em termos de vendas, é possível fazer uma promoção para mobilizar os consumidores. Algo como, “ao fazer a doação você ganha o direito a uma sobremesa no pedido”.
Enfim, são inúmeras as possibilidades. Basta analisar as atividades do negócio pontualmente e implementar ações de melhorias, que condizem com a sustentabilidade empresarial.
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FONTES:
BOFF, Leonardo. Sustentabilidade – O que é – O que não é. Petrópolis: Vozes, 2015
CALLENBACH, Ernest, CAPRA, Fritjof, GOLDMAN, Lenore, LUTZ, Rüdiger, MARBURG, Sandra. Gerenciamento Ecológico. ão Paulo: Cultrix, 2001
SAVITZ, Andrew W. e WEBER, Karl. A empresa sustentável. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007